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Entrevista: Leandro “Brasa” Pimentel

Entrevista: Leandro “Brasa” Pimentel

Um dos nomes mais conhecidos do Poker no Brasil é o de Leandro “Brasa” Pimentel, precursor do Poker no país. Ele joga poker desde os 14 anos e, desde 2004, começou a encarar o esporte com mais seriedade, sendo um dos criadores dos dois campeonatos mais tradicionais do país – o Circuito Paulista e o Brazilian Series of Poker -, atingindo o feito de ser o primeiro campeão brasileiro da história. Leandro também já foi mesa-finalista de um campeonato da WSOP $1500 em 2007, no qual faturou quase $190 mil dólares. 

O Blog teve a oportunidade de conversar com Brasa para estrear o quadro de entrevistas que vamos fazer regularmente. Veja abaixo um pouco da história de Brasa no Poker no Brasil.

Você foi um dos pioneiros do poker no Brasil. Como era falar de Poker numa época em que pouca gente conhecia? Sentia que as pessoas tinha certo preconceito com o esporte?

O Poker no começo, ali em 2004 ou início de 2005, quando a gente começou a fazer os torneios de Poker no Brasil, não era encarado como esporte. Isso, aliás, foi uma decisão que a gente trouxe alguns anos depois, até para solidificar a posição mesmo do Poker como algo legal, dentro da lei e inquestionável. Havia muito preconceito, na verdade, pouquíssimas pessoas entendiam que não era ilegal. Só depois que a gente argumentava com base no Código de Contravenções que define o que é Jogo de Azar, que a gente argumentava que o Poker é um jogo de habilidade, uma ou outra pessoa acreditava na nossa tese e baixava um pouco a parede do preconceito. Mas a maioria sempre achou que era coisa de malandro, ambiente underground. Só depois de conhecer os torneios, que era um ambiente bacana, que famílias jogavam, que o preconceito começou a diminuir. Mas é uma luta que até hoje trazemos e mostramos para quem não tem esse conhecimento para lutar para que não haja esse preconceito mais. 

No começo, vocês chegaram a ter problemas com família, amigos ou mesmo a polícia por não entederem o jogo?

Com a família nunca tive problema porque minha mãe sempre acompanhou minha trajetória de vida, tanto profissional quanto minha base estudantil, e ela viu que sempre tomei decisões pensadas, sempre busquei um bom caminho para a minha vida, e quando expliquei para ela sobre o Poker, ela simplesmente confiou. Até hoje, ela não entende muito bem, mas ela sabe que a empresa está boa, que meu desempenho é bom. Meus amigos hoje são todos amigos que jogam poker ou que entendem e acham bacana. O Poker no Brasil nesses últimos anos saiu de algo visto como ilegal para algo inusitado, curioso. Agora, polícia a gente teve sim casos mais graves… indo a torneio, exigindo documentações e adotando uma postura até mesmo agressiva, mas ao longo do tempo a força policial passou a entender que o Poker no Brasil está dentro da lei e, inclusive, hoje, organizamos eventos voltados para a força policial e para a parte judicial, temos procuradores, juízes, delegados, desembargadores, agentes, todos jogadando torneio de Poker com a gente. 

Para quem já leu os livros do Léo Bello sabe que ele te cita diversas vezes. Você já conhecia ele antes do poker? Como vocês tomaram a decisão de criar o Circuito Paulista e o BSOP?

Sem dúvida, o Leo Bélo teve uma participação enorme para o Poker no Brasil, com o primeiro livro dele do qual ajudei aqui e ali. Eu o conheci com o Poker mesmo, a gente tinha um Home Game em Campinas. Nos conhecemos pelo Orkut, em uma comunidade chamada Poker Brasil, que acabamos chamando a galera da área, o Léo Bello, o D.C. (Devanir Campos – hoje meu sócio e maior organizador de torneios do país), o Igor Federal e tivemos visitas de pessoas de São Paulo. O Léo foi meu sócio inicial quando fundamos a primeira empresa para fazer o Circuito Paulista. Mais tarde o Akkari também fez parte da empresa e nós três criamos o BSOP. Então, foi uma decisão muito natural, de criar um circuito nacional porque o Poker no Brasil realmente crescia de forma esponencial, já existiam alguns clubes em cidades maiores como Rio e São Paulo, mas existia um potencial muito grande de desenvolver o Poker no interior e outros estados e surgimos com essa ideia em 2005 e foi muito boa e até hoje está aí. O BSOP é o maior torneio da América Latina e do Hemisfério Sul e um dos maiores do mundo. 

Imaginavam as proporções que isso tomaria?

As proporções que o Poker no Brasil atingiu hoje realmente são surpreendentes. A cada ano o crescimento é maior. A gente imaginava algo de exponencial, mas no começo a gente imaginava que iria demorar um pouco para botar mil pessoas, duas mil pessoas numa área de eventos no Brasil para um torneio de Poker. Hoje, a gente já não se surpreende quando colocamos 4 mil, como foi a última etapa de fim de ano do BSOP, o BSOP Millions. Então as proporções… eu imagino que elas ainda estão aquém do que eu gostaria para o Poker se houvesse o apoio irrestrido de patrocinadores. Isso ainda é uma luta que estamos vivenciando, convencendo algumas empresas a apoiar, além das que já apoiam hoje, às quais somos muito gratos, mas, assim, estamos no limite para fechar algumas outras parcerias que vão ajudar a aumentar ainda mais as proporções do Poker no país e vai ficar todo mundo impressionado. Eu acredito que tem potencial para acontecer no Brasil o que acontece em vegas. 

Foi difícil largar a sua profissão na época para se dedicar aos seus negócios relacionados ao poker?

Não, foi natural, por que apesar de eu ter um cargo muito bom, na época, em uma multinacional em Campinas, a nossa parte de organização de torneios estava indo muito bem, estava me tomando muito tempo e, parelalmente, minha carreira de jogador estava muito boa e vinha acertando alguns torneios, ganhando bem. Quando decidi sair foi uma surpresa muito grande para o meu chefe que ficou até preocupado comigo, ele gostava muito de mim, mas na semana seguinte eu acertei um $162 do Poker Stars, ganhei um prêmio muito bom, o Circuito Paulista dobrou de tamanho, então as coisas começaram a ir muito bem. Foi algo natural. 

Hoje você se tornou um empresário do ramo. Ainda dá tempo de jogar de vez em quando?

Ah sempre. Desde que a gente formou a empresa, nunca deixei de jogar. Continuo insistindo, tentando me reciclar a cada ano, porque o poquer está em constante mutação. Quem se dedica bastante ao online, principalmente, sabe bastante disso. Mas eu jogo, jogo o BSOP, jogo o WSOP, jogo o EPT, todos os torneios que aparecem aí e que tenham um selo de credibilidade que a gente procura, e adoro! Esse ano mesmo, ganhei um torneio parelalo do BSOP, fiquei em terceiro em outro. Tenho boas expectativas para o desempenho dentro de campo e extra campo, claro! 

Quais são suas principais inspirações no poker?

Em termos de Poker, jogador (Brasa), busco me inspirar em alguns jogadores do passado, principalmente na parte de resiliência, jogadores que se mantém ativos jogando um Poker de alta qualidade. Acompanho muito o Daniel Negreanu, conheço a história de alguns jogadores mais antigos como o Chip Reese, o próprio Doyle Brunson, que ainda jogam bem. Mas me inspiro também em jogadores mais novos, como o Justin Bonomo e outros que estão aí, mas a gente sempre acompanhar uma história aqui, outra ali, de jogadores que surgem do nada e ganham tudo como o Fedor Holz. E nacionalmente também tenho meus ídolos, mas não vou citar nomes aqui porque sou amigo de tantos e se eu citar, talvez outro pense que eu esqueci deles. Agora, como empresário, estou muito bem acompanhado, com o Federal, D.C., os meninos da 4bet, então são pessoas que me trazem bastante inspiração. São pessoas do meio, que têm sucesso, sempre trabalham com lealdade, dedicação e toda a vez que paro para olhar o poker como negócio eles estão sempre me inspirando. 

Como é a rotina de um campeão do poker?

Envolve a disciplica e a dedicação de um campeão em qualquer outra área, de outro esporte. Envolve muito treinamento, realmente estar dedicando horas do seu dia para o estudo, a prática, claro, constante, reavaliação. Noto que atualmente os jogadores estão dedicando tempo para treinamento com coaches tanto brasileiros, quanto estrangeiros, analizando suas mãos jogadas, vendo onde estão acertando, onde estão errando. Eu acho que é um misto de muita dedicação. Quem acredita que a sorte influencia muito nesse meio não sabe o tanto que é difícil para os grande campeões se manterem em alta, se manterem lucrativos. Eu que já vi tantos grandes campeões aparecerem e desaparecerem do nada, a gente vê que talvez o motivo seja justamente falta de resiliência, de vontade e de intensidade em se reinventar e em treinar, treinar e treinar. 

Qual dica você pode dar para quem está começando e querendo aprender cada vez mais sobre o assunto?

A principal dica que eu dou é fazer de uma forma inicialmente recreativa, mesmo que tenha a intenção de um dia buscar isso como uma fonte de renda. Eu acho que tem que começar de uma maneira leve, tentando entender o jogo, ver se realmente é aquilo que a pessoa quer para si, não só como entretenimento, mas depois se é aquilo que a pessoa quer no dia a dia, porque não é fácil, é duro, é difícil, e buscar informação, colher o máximo possível de informação. Talvez assinar algum site de treinamento, de coaching. Talvez pagar um treinador bom. E não levar de uma maneira radical, não largar seus estudos, seu trabalho, sua profissão regular e realmente só sair e cair de cabeça quando os resultados começarem a vir, mas também quando perceber que está no meio do poker, que está dedicado e que é aquilo que quer para si nos próximos anos. 

Sobre o Autor

Rafael H.
Rafael H.

Cansado de tomar uma Bad Beat atrás da outra, Rafael decidiu começar a estudar poker. Ao longo do tempo, resolver compartilhar o que ia aprendendo em um blog pessoal - o Shark Poker Reviews. Como jogador recreativo, o autor é um bom blogueiro!

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